CD: Bob Dylan - Blonde on Blonde 1966

"Lançado em 16/05/1966, Blonde on Blonde é o sétimo álbum da carreira de Bob Dylan. É um álbum complexo, muitas vezes obscuro em seus sentidos, onde o músico prima por um labirinto de várias idéias suspensas no ar, buscando, talvez, não a clareza da mensagem, mas sim a sua profundidade, sem, para isso, seguir uma linearidade lógica de pensamentos, que mesmo assim não prejudica a compreensão do ouvinte. Neste álbum, Bob Dylan não é mais um músico folk que canta canções de protesto. Aqui ele é apenas um contador de histórias.

O álbum se inicia com "Rainy Day Women #12 & 35", uma canção que fala sobre traição, mas de uma forma bem-humorada. Ela soa mais como uma marcha, com a bateria ditando os passos e com a gaita tocada de uma forma descompromissada. Nota-se também a presença de um trombone ao fundo e o piano repetindo sempre as mesmas notas. O refrão possui sentido dúbio, ("everybody must get stoned..."), uma vez que esse "stoned" pode remeter a "enganado" ou, ainda mesmo, a "chapado".

"Pledgind My Time", a segunda faixa, é um blues com uma clara influência de Muddy Waters, onde a gaita aparece acompanhando o típico compasso rítmico do estilo: bateria e baixo fazendo uma boa base para os slides da guitarra. "Visions of Johanna" é uma das grandes músicas deste álbum (e da carreira de Dylan), onde não há repetição das letras. Ela se inicia com o violão e a gaita novamente, logo acompanhados pela bateria e pelo baixo, com um órgão ao fundo. Pode-se dizer que "Visions" é apenas uma coleção de pensamentos aleatórios do músico, sem possuir, necessariamente, um propósito definido. Na própria letra, ele se justifica sobre a canção: "Como posso explicar? Oh, é tão difícil de compreender".

A quarta faixa, "Sooner or Later", conta com boa presença do piano e fala sobre a separação, onde o músico canta o tempo, que é o melhor remédio pra o final de uma relação. Lá ele diz não haver percebido os pequenos detalhes que levaram ao rompimento, mas que mais cedo ou mais tarde, seria notado que isso foi o certo a se fazer. "I Want You" é um dos clássicos, uma das mais bonitas músicas de amor que Dylan já fez, que conta com a bateria e o órgão delineando o compasso. "Stuck Inside of Mobile with The Memphis Blues Again" segue a mesma linha rítmica.

"Leopard-Skin Pill-Box Hat", a sétima faixa, é outro blues, com direito a solo de guitarra e a bateria agindo junto com o piano. A letra também é bem descompromissada, assim como "Rainy Day Women". A faixa seguinte, "Just Like a Woman", é outro clássico, onde se canta a fragilidade do sexo oposto. O piano também faz boa apresentação neste número, dando uma base calma e sólida para os versos. A nona música, "Most Likely You Go Your Way and I'll Go Mine", é irmã gêmea de "Sooner or Later", já que trata do mesmo tema, mas de uma forma mais crítica. A bateria desta vez se destaca mais do que qualquer outro instrumento, fazendo boa parceria com a gaita no refrão. Segue com "Temporary Like Achilles" que é mais um blues; aqui, ao contrário de "Just Like a Woman", Dylan fala sobre a sua própria fragilidade diante da nostalgia.

"Absolutely Sweet Mary" conta com um bom arranjo de órgão e bateria, onde se canta a distância e o mundo diferente de duas pessoas. "4th Time Around", décima-segunda faixa, possui a letra mais bonita de todo o álbum, que fala sobre o destino e sobre o acerto de contas que todos devemos ter no fim. Esta música somente peca pela guitarra muito repetitiva. "Obviously 5 Believers" é mais um blues, um pedido de desculpas e de retorno, onde existe a sinceridade e a humildade de se admitir que não é possível continuar.

A última faixa, a décima-quarta, é também a mais longa música de Blonde on Blonde, que foi concebido como o primeiro álbum duplo da história. Para "Sad-Eyed Lady of The Lowlands", com seus 11:19 minutos, foi deixado exclusivamente o lado B. Aqui se faz citações religiosas e históricas que perfazem a personagem descrita nos versos, uma espécie de deusa de várias facetas. Musicalmente, constitui uma melodia muito simples, mas possui uma demasiada profundidade literária.

Blonde on Blonde é o disco que vem imediatamente após Highway 61 Revisited, lançado no ano anterior (1965), e ambos fazem parte do TOP 10 dos maiores álbuns de todos os tempos, segundo a Rolling Stone. Daqui está presente no Acústico somente "Rainy Day Women #12 & 35"."


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2 reclamações:

Raphael disse...
3 de agosto de 2010 às 06:57

adorei á explicação sobre a letra das músicas , coisa que mto blog ligado á música não faz . mto bom trabalho , espero mais =D .

Anônimo disse...
18 de julho de 2012 às 17:16

Link off, com certeza é Moh Paia..

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